sábado, 17 de dezembro de 2011

amanhecer capitulo 3


3 – O GRANDE DIA
Meus olhos se abriram.
Eu fiquei deitada tremendo e engasgando em minha cama quente por vários minutos,
tentando me livrar do sonho. O céu pra fora de minha janela virou cinza e então um rosa pálido
enquanto eu esperava para meu coração desacelerar.
Quando eu voltei para a realidade do meu quarto bagunçado e familiar, eu me senti um
pouco irritada comigo mesma. Que sonho para se ter na véspera de meu casamento! Isso que eu
ganhei por ficar obcecada com histórias perturbadoras no meio da noite.
Ansiosa para me livrar do pesadelo, eu me vesti e fui para a cozinha muito antes do que o
necessário. Primeiro eu limpei o cômodo pequeno, e quando Charlie levantou, eu preparei
panquecas. Eu estava muito inquieta para ter qualquer interesse em tomar café da manhã – eu
sentei e fiquei remexendo na cadeira enquanto ele comia.
- Você tem que buscar o Sr. Weber às três horas. - eu o lembrei.
- Eu não tenho muita coisa para fazer hoje a não ser trazer o padre, Bells. Não vou esquecer
meu único encargo. - Charlie tinha tirado o dia todo de folga para o casamento, e ele estava
definitivamente.
De vez em quando, seus olhos piscavam furtivamente no armário embaixo da escada, onde
ele guardava sua vara de pesca.
- Esse não é seu único encargo. Você também tem que se vestir e ficar apresentável.
Ele fez uma careta para sua caneca de cereais e murmurou as palavras ‘terno de macaco’
baixinho.
Houve uma batida leve na porta da frente.
- Você pensa que vai ser ruim - eu disse, sorrindo enquanto levantava. - Alice vai estar
trabalhando em mim o dia todo.
Charlie acenou pensativamente, concordando que ele tinha a menor tarefa. Eu me inclinei
para beijar o topo de sua cabeça quando passei – ele corou e pigarreou – e continuou para abrir a
porta para minha melhor amiga e que ia ser em pouco tempo, minha irmã.
O cabelo curto de Alice não estava com suas pontas espetadas – estava caindo em cachos
brilhantes, enquadrando seu rosto pequeno, que estava contrastando com uma expressão
profissional. Ela me arrastou da casa com um mero “Oi, Charlie’’ por cima dos ombros.
Alice me avaliou enquanto eu entrava no Porshe.
- Ah, que inferno! Olhe seus olhos! - ela reclamou com reprovação. - O que você fez? Ficou
acordada a noite toda?
- Quase.
Ela me encarou. - Eu tenho pouco tempo para lhe deixar maravilhosa, Bella – você podia ter
tomado mais cuidado com o meu material.
- Ninguém espera que eu fique maravilhosa. Eu acho que o grande problema é que eu talvez
durma durante a cerimônia e não seja capaz de dizer “aceito’’ na parte certa, e então Edward vai
conseguir fugir.
Ela riu. - Eu vou jogar meu buquê em você quando estiver na hora.
- Obrigada.
- Pelo menos você vai ter bastante tempo para dormir no avião amanhã.
Eu ergui uma sobrancelha. Amanhã, eu pensei. Se nós fomos embora depois da festa, ainda
estaríamos no avião amanhã à noite... bem, não estávamos indo para Boise, Idaho. Edward não
tinha dado nenhuma pista. Eu não estava tão estressada com o mistério, mas era estranho não
saber onde iria dormir na noite seguinte. Ou, esperançosamente, não dormindo...
Alice percebeu que ela tinha me dado uma dica, e franziu a testa.
- Você já está com as malas preparadas e prontas - ela disse para me distrair.
Funcionou. - Alice, eu queria que você me deixasse preparar minhas próprias malas!
- Teria dado muitas pistas.
- E negado a você uma oportunidade de fazer compras.
- Você será minha irmã oficialmente em poucas horas... está na hora de superar essa
aversão a roupas novas.
Eu encarei preocupada pelo pára-brisa ante que estávamos quase na casa.
- Ele já voltou? - eu perguntei.
- Não se preocupe, ele estará de volta antes que a música comece. Mas você não pode vêlo,
não importa quando ele chegue. Vamos fazer isso do jeito tradicional.
Eu bufei. - Tradicional!
- Certo, a parte da noiva e do noivo.
- Você sabe que ele já espiou.
- Ah, não - esse é o porquê de só eu ter visto você no vestido de noiva. Tenho sido bem
cuidadosa para não pensar nisso quando ele está por perto.
- Bem - eu disse quando nós fizemos a curva – estou vendo que você re-aproveitou a
decoração da formatura. - Os seis quilômetros da estrada estavam novamente envoltos em
milhares de luzinhas. Dessa vez, ela adicionou arcos de cetim branco.
- Não quero desperdiçar. Aproveite, porque você não verá a decoração de dentro até que
esteja na hora. - Ela estacionou na garagem gigante a norte da casa. O jipe enorme de Emmett
ainda não tinha voltado.
- Desde quando a noiva não pode ver a decoração? - eu protestei.
- Desde que ela me colocou no comando. Quero que você tenha o impacto completo quando
descer as escadas.
Ela colocou a mão sobre meus olhos antes me deixar entrar pela cozinha. Eu fui
imediatamente assaltada pelo cheiro.
- O que é isso? - eu perguntei enquanto ela me guiava pela casa.
- É muito? - A voz de Alice estava abruptamente preocupada. - Você é a primeira humana
aqui. Espero que eu tenha acertado.
- O cheiro é delicioso! - eu a assegurei – era quase intoxicante, mas não surpreendente, o
balanço das fragrâncias diferentes era sutil e completo. - Cascas de laranja... lilás... e alguma coisa
a mais – estou certa?
- Muito bom, Bella. Só esqueceu da freesia e das rosas.
Ela não descobriu meus olhos até que estivéssemos em seu grande banheiro. Eu olhei para a
grande pia, coberta com toda a parafernália de um salão de beleza, e comecei a sentir os efeitos
da noite mal dormida.
- Isso é realmente necessário? Eu vou parecer comum perto dele de qualquer jeito.
Ela me sentou em uma cadeira pequena e cor-de-rosa. - Ninguém vai ousar chamar você de
comum quando eu terminar.
- Só porque eles estão com medo de que você sugue o sangue deles - eu murmurei. Eu
apoiei nas costas da cadeira e fechei meus olhos, esperando ser capaz de cochilar enquanto aquilo
durasse. Eu apaguei de vez em quando enquanto ela me maquiava, passava blush e polia cada
espaço do meu corpo.
Era depois do almoço quando Rosalie escorregou pela porta do banheiro com um vestido
prata brilhante com seu cabelo dourado preso em uma pequena coroa no topo de sua cabeça. Ela
era tão linda que me deu vontade de chorar. Qual era o sentido em me vestir com Rosalie por
perto?
- Eles voltaram - Rosalie disse, e imediatamente meu ataque de pânico infantil desapareceu.
Edward estava em casa.
- Deixe-o longe daqui!
- Ele não vai encontrar com você hoje - Rosalie a assegurou. - Ele dá valor demais à vida.
Esme os mandou cuidar de umas coisas. Você quer alguma ajuda? EU posso fazer o cabelo dela.
Meu queixo caiu. Eu fiz uma batalha em minha cabeça, tentando me lembrar de como fechar
minha boca.
Eu nunca fui a pessoa preferida de Rosalie. Então, deixando as coisas ainda mais tensas
entre nós, ela estava pessoalmente ofendida pela escolha que eu estava fazendo agora. Embora
ela tivesse aquela beleza impossível, uma família que amava, e sua alma gêmea em Emmett, ela
teria trocado tudo para ser humana. E aqui estava eu, insensivelmente jogando tudo fora, tudo o
que ela queria na vida, como se fosse lixo. Eu não a fiz gostar mais de mim.
- Claro - Alice disse. - Você pode começar trançando. Eu quero que fiquei um pouco
embaraçado. O véu vai aqui, embaixo. - As mãos dela começaram a passar pelo meu cabelo,
levantando e virando-o, ilustrando em detalhes como ela queria. Quando ela terminou, as mãos de
Rosalie substituíram as dela, amaciando meu cabeço com um toque mais leve do que pena. Alice
voltou para seu rosto.
Uma vez que Rosalie recebeu as recomendações de Alice sobre meu cabelo, ela saiu para
pegar meu vestido e localizar Jasper, que tinha sido designado para pegar minha mãe e seu
marido, Phil, do hotel. Lá embaixo, eu podia ouvir a porta se abrindo e se fechando várias vezes.
Vozes começaram a se aproximar.
Alice me fez levantar para que ela pudesse colocar o vestido por cima de meu cabelo e
maquiagem. Meus joelhos tremeram tão forte quando ela fechou os botões de pérola nas minhas
costas que o cetim caiu em pequenas ondas pelo chão.
- Respire fundo, Bella. - Alice disse. - E tente diminuir as batidas de seu coração. Você vai
suar e borrar a maquiagem.
Joguei a ela a melhor expressão sarcástica que pude fazer. - Vou tentar fazer isso.
- Eu tenho que ir me vestir agora. Consegue se segurar por dois minutos?
- Ah... talvez?
Ela revirou os olhos e saiu pela porta.
Eu me concentrei em minha respiração, contando cada movimento de meus pulmões, e
encarei o padrão que a luz do banheiro fazia brilhar pelo tecido de minha saia. Eu estava com
medo de olhar no espelho – medo de que a imagem de mim mesmo em um vestido de noiva iria
me fazer ter um novo ataque te pânico.
Alice voltou antes que eu respirasse duzentas vezes, num vestido que caia pelo seu corpo
magro como uma cachoeira prateada.
- Alice, uau.
- Não é nada. Ninguém vai olhar para mim hoje. Não enquanto você estiver no salão.
- Há há.
- Agora, você está sob controle ou eu preciso trazer Jasper aqui?
- Eles voltaram? Minha mãe está aqui?
- Ela acabou de entrar. Está subindo.
Renée tinha chegado há dois dias, e eu tinha passado cada minuto que podia com ela – cada
minuto que eu podia afasta-la de Esme e da decoração, nas palavras dela. Até onde eu podia
dizer, ela estava se divertindo mais que eu criança presa à noite da Disney. De um jeito, eu me
senti traída do mesmo jeito que Charlie. Todos aquele terror desperdiçado com a reação dela...
- Ah, Bella! - ela gritou agora, emocionada, antes que ela tivesse passado pela porta. - Ah,
querida, você está maravilhosa! Ah, eu vou chorar! Alice, você é fantástica! Você e Esme deviam
entrar no mercado como planejadoras de casamentos. Onde você achou esse vestido? É lindo! Tão
gracioso, tão elegante. Bella, parece que você acabou de sair de um filme Austin. - A voz de minha
mãe pareceu um pouco distante, e tudo no quarto era um fraco borrão. - Uma idéia tão criativa,
fazendo o tema do vestido baseado no anel de Bella. Tão romântico! E pensar que está na família
de Edward desde os anos 1800!
Alice e eu trocamos um olhar breve e conspiratório. Minha mãe estava sem noção do estilo
do vestido por mais de cem anos. O casamento estava na verdade, centrado não no anel, mas no
próprio Edward.
Houve um pigarro na porta.
- Renée, Esme disse que é hora de você descer. - Charlie disse.
- Bom, Charlie, como você está arrojado! - Renée disse em um tom que era quase choque.
Talvez isso tenha explicado a rigidez na resposta de Charlie.
- Alice me pegou.
- Já está na hora mesmo? - Renée disse para si mesma, parece quase tão nervosa quanto eu
me sentia. - Isso tudo foi tão rápido. Sinto-me tonta.
Isso fazia duas de nós.
- Me dê um abraço antes que eu desça. - Renée insistiu. - Cuidado agora, não quero rasgar
nada.
Minha mãe me apertou gentilmente em sua cintura, então se virou para a porta, só para
terminar a volta e me olhar de novo.
- Ah, meu Deus, quase esqueci! Charlie, onde está a caixa?
Meu pai procurou em seu bolso por um minuto e então tirou uma pequena caixa branca e a
entregou a Renée. Renée levantou a tampa e entregou para mim.
- Alguma coisa azul. - ela disse.
- E alguma coisa velha também. Eles eram da vovó Swan - Charlie adicionou. - Nós pedimos
para um joalheiro substituir as jóias antigas por safiras.
Dentro da caixa haviam duas presilhas de cabelo. Safiras azul escuras estavam incrustadas
em complicados desenhos florais em cima dos prendedores.
Minha garganta ficou apertada. - Mãe, pai... vocês não precisavam.
- Alice não nos deixou fazer mais nada - Renée disse. - Toda vez que a gente tentava, ela
praticamente arrancava as nossas gargantas.
Uma gargalhada histérica saiu pelos meus lábios.
Alice veio para a frente e rapidamente deslizou as presilhas em meus cabelos, logo abaixo
das tranças grossas. - Isso é uma coisa velha e azul - Alice pensou, dando uns passos pra trás
para me admirar. - E o seu vestido é novo... então, aqui –
Ela jogou alguma coisa para mim. Eu levantei minhas mãos automaticamente e a liga branca
translúcida caiu na minha mão.
- Isso é meu e eu quero de volta - Alice me disse.
Eu fiquei vermelha.
- Pronto - Alice disse com satisfação. - Um pouco de cor - é tudo o que você precisa. Você
está oficialmente perfeita - Com um sorriso que parabenizava ela mesma, ela se virou para os
meus pais. - Renée, você precisa ir lá pra baixo.
- Sim, madame - Renée me soprou um beijo e saiu apressada pela porta. - Charlie, você
pode pegar as flores, por favor?
Enquanto Charlie estava fora do quarto, Alice arrancou a liga das minhas mãos e se enfiou
embaixo da minha saia. Eu resfoleguei e cambaleei enquanto as mãos frias dela segurava o meu
calcanhar; ela enfiou a liga no lugar.
Ela já estava de pé novamente antes que Charlie retornasse com dois buquês cheios de
flores brancas. O cheiro de rosas e flores de laranjeira e freesia me cercou numa suave mistura.
Rosalie – a melhor música da família depois de Edward – começou a tocar piano no andar de
baixo. Pachelbel’s Cânon. Eu comecei a hiperventilar.
- Calma, Bells - Charlie disse. Ele se virou nervosamente pra Alice. - Ela parece um pouco
enjoada. Você acha que ela vai conseguir?
A voz dele soou longe. Eu não conseguia sentir minhas pernas.
- É melhor que consiga.
Alice ficou bem na minha frente, na ponta dos pés pra me olhar nos olhos mais facilmente, e
agarrou meus pulsos em suas mãos duras.
- Concentre-se, Bella. Edward está te esperando lá embaixo.
Eu respirei profundamente, tentando me recompor.
A música mudou lentamente para outra música. Charlie me cutucou. - Bells, é a nossa vez.
- Bella? - Alice perguntou, ainda me olhando nos olhos.
- Sim - eu guinchei. - Edward. Tudo bem. - Eu deixei que ela me tirasse do quarto, com
Charlie agarrado em meu cotovelo.
A música estava mais alta no corredor. Eu flutuei nas escadas junto com as fragrâncias dos
milhões de flores. Eu me concentrei da idéia de Edward me esperando lá embaixo pra fazer os
meus pés se moverem.
A música era familiar, uma marcha tradicional de Wagner cercada por um monte de
embelezamentos.
- É a minha vez - Alice chiou. - Conte até cinco e me siga. Ela começou a descer as escadas
lenta e graciosamente. Eu devia ter me dado conta que ter Alice como minha única dama de honra
era um erro. Eu ia parecer muito mais descoordenada andando atrás dela.
Um súbito ruído de juntou à música. Eu reconheci a minha deixa.
- Não me deixe cair, pai - eu sussurrei. Charlie pôs a minha mão em seu braço e a apertou
com força.
Um passo de cada vez, eu disse a mim mesma enquanto começava a descer ao lento som da
marcha. Eu não ergui meus olhos até que os meus pés estavam seguros no chão, apesar de
conseguir ouvir os murmúrios e ruídos da platéia enquanto eu aparecia. O sangue subiu pro meu
rosto por causa do som; é claro que já se esperava que eu fosse uma noiva corada.
Assim que os meus pés tinham vencido as escadas traiçoeiras, eu estava procurando por ele.
Por um breve segundo, eu fiquei distraída com a profusão de botões de flores brancas que
pendiam de guirlandas em qualquer parte da sala que não estivesse viva, caindo em longas filas
de leves laços brancos. Mas eu separei meus olhos dos arcos das portas e procurei pelas fileiras de
cadeiras cobertas de cetim – ficando ainda mais vermelha quando vi a multidão de rostos olhando
pra mim – até que eu finalmente o encontrei, de pé perto de um vaso com mais flores ainda, e
mais laços.
Eu mal tinha consciência de Carlisle de pé ao lado dele, e do pai de Angela atrás deles dois.
Eu não vi minha mãe de onde ela devia estar sentada na primeira fileira, nem a minha família
nova, ou nenhum dos meus convidados – eles teriam que esperar até mais tarde.
Tudo o que eu realmente via era o rosto de Edward; ele encheu minha visão e dominou
minha mente. Os olhos dele estavam claros, ouro em chamas; seu rosto perfeito estava quase
parecendo severo com a profundidade de suas emoções. E aí, quando ele encontrou meu olhar
abismado, ele se quebrou em um sorriso feliz de tirar o fôlego.
De repente, a única coisa me impedindo de correr pelo corredor era a mão de Charlie
apertando a minha.
A marcha era lenta demais enquanto eu tentava fazer meus pés acompanharem o ritmo. Por
sorte, o corredor era bem curto. E finalmente, finalmente, eu estava lá. Edward estendeu sua
mão. Charlie pegou minha mão e, num símbolo tão velho quanto o mundo, colocou-a sobre a mão
de Edward. Eu toquei o frio milagre de sua pele, e eu estava em casa.
Nossos votos foram simples, palavras tradicionais que já foram ditas milhões de vezes,
apesar de nunca por um casal como nós. Nós só pedimos ao Sr. Weber pra fazer uma pequena
mudança. Ele concordou em trocar a frase “até que a morte nos separe” por uma mais apropriada
“enquanto nós dois vivermos”.
Naquele momento, enquanto o juiz de paz dizia sua parte, meu mundo, que tinha estado de
cabeça pra baixo por tanto tempo, agora parecia ficar na posição correta. Eu me dei conta do
quanto eu estava sendo ao sentir medo disso – como se isso fosse um presente de aniversário que
eu não queria ou uma exibição vergonhosa, como um baile. Eu olhei para os olhos brilhantes,
triunfantes de Edward, e eu soube que eu também estava vencendo. Porque nada mais importava
além do fato de que eu poderia ficar com ele.
Eu não me dei conta de que estava chorando até a hora de dizer as palavras tão esperadas.
- Eu aceito - eu consegui botar pra fora num sussurro quase inaudível, piscando pra
conseguir ver o rosto dele.
Quando foi a vez dele de falar, as palavras soaram claras e vitoriosas.
- Eu aceito - ele jurou.
O Sr. Weber nos declarou marido e mulher, e aí as mãos de Edward de ergueram pra
segurar o meu rosto, cuidadosamente, como se ele fosse delicado como as pétalas brancas
balançando sobre nossas cabeças. Eu tentei compreender, apesar da quantidade de lágrimas me
cegando, o fato surreal de que essa pessoa incrível era minha. Seus olhos dourados estavam como
se pudessem estar cheios de lágrimas também, se isso não fosse uma coisa tão impossível. Ele
abaixou sua cabeça em direção à minha, e eu fiquei na ponta dos pés, jogando meus braços –
com buquê e tudo – ao redor do pescoço dele.
Ele me beijou ternamente, me adorando; eu esqueci a multidão, o lugar, o tempo, a razão...
lembrando apenas que ele me amava, que ele me queria, que eu era dele.
Ele começou o beijo e eu tive que termina-lo; eu me agarrei a ele, ignorando as risadinhas e
os convidados limpando as gargantas. Finalmente, as mãos dele detiveram meu rosto e ele se
afastou – cedo demais – pra me olhar. Na superfície seu sorriso repentino estava divertido, era
quase um sorriso pretensioso. Mas por baixo desse espetáculo momentâneo da minha exibição
pública estava uma profunda alegria que ecoava a minha própria.
A multidão aplaudiu, e ele virou os nossos corpos para ficar de frente para as nossas famílias
e amigos.
Os braços da minha mãe foram os primeiros a me encontrar, seu rosto coberto de lágrimas
foi a primeira coisa que eu encontrei quando eu desviei meus olhos de Edward sem querer. E aí eu
fui passada para a multidão, passada de abraço para abraço, apenas meio consciente de quem me
abraçava, minha atenção concentrada na mão de Edward que segurava a minha própria mão com
força. Eu reconheci a diferença entre os abraços suaves e quentes dos meus amigos humanos, e
os abraços gentis e frios da minha nova família.
Um abraço severo se destacou entre os outros – Seth Clearwater teve a coragem de ficar em
meio a todos os vampiros para representar meu amigo lobisomem perdido.
(Heloisa santos)


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