terça-feira, 20 de dezembro de 2011

AMANHECER CAPITULO 6


6 – DISTRAÇÕES
Minha diversão se tornou a prioridade número-um na Ilha Esme. Nós fizemos snorkeling
(bem, eu fiz enquanto ele ignorava sua habilidade de não precisar de oxigênio). Nós exploramos a
pequena selva que rodeava o pico rochoso. Nós visitamos os papagaios que moravam no dossel
da extremidade sul da ilha. Nós assistimos o pôr-do-sol do abrigo rochoso no ocidente. Nós
nadamos com os botos que brincavam na água quente e superficial. Ou pelos menos eu nadei;
quando Edward estava na água, os botos desapareciam como se um tubarão estive por perto.
Eu sabia o que estava acontecendo. Ele estava tentando me manter ocupada, distraída, para
que eu não continuasse com o assunto sobre sexo. Sempre que eu tentava falar com ele para que
ele tornasse isso mais fácil com um dos milhões de DVDs embaixo da grande TV de plasma, ele
me atraia para fora de casa com palavras mágicas, como recifes de corais e cavernas submersas e
tartarugas marinhas. Nós estávamos saindo todos os dias, então eu me encontrava
completamente cansada e exausta quando o sol finalmente se punha.
Eu adormecia sobre o meu prato depois que terminava de jantar todos os dias; uma vez eu
realmente adormeci na mesa e ele teve que me carregar para a cama. Parte disso era que Edward
sempre fazia muita comida para uma pessoa, mas eu estava tão faminta depois de nadar e escalar
todo dia que eu comia a maioria. Então, plena e desgastada, eu mal podia manter meus olhos
abertos. Tudo parte do plano, sem dúvida.
Exaustão não ajudou muito com as tentativas de persuasão. Mas eu não desisti. Eu tentei
refletindo, discutindo, e resmungando, tudo em vão. Eu estava geralmente inconsciente antes que
eu pudesse prolongar meu caso. E então meus sonhos pareciam tão reais – pesadelos
principalmente, tornando mais vívidos, eu esperava, pelas demais cores da ilha – que eu acordava
cansada, não importava quanto tempo eu havia dormido.
Em cerca de uma semana ou algo assim depois que chegamos a ilha, eu decidi tentar me
comprometer. Isso tinha funcionado no passado.
Eu estava dormindo no quarto azul agora. A equipe de limpeza não estaria aqui até o dia
seguinte, e então o quarto branco ainda tinha o nevado cobertor de baixo. O quarto azul era
menor, a cama razoavelmente proporcional. As paredes eram escuras, apaineladas de teca, e os
acessórios eram todos de uma luxuosa seda azul.
Eu iria me vestir com alguma lingerie das coleções de Alice para dormir a noite – que não
eram tão reveladores comparados aos escassos biquínis que ela havia embalado para mim. Eu
gostaria de saber se ela tinha tido uma visão de por que eu gostaria dessas coisas, e então eu
corei, envergonhada por esse pensamento.
Eu comecei devagar com inocentes cetins marfins, preocupada que revelando mais a minha
pele seria o contrário do útil, mas pronto para tentar qualquer coisa. Edward não pareceu notar
nada, como se eu tivesse vestindo as mesmas roupas velhas que eu vestia em casa.
Os machucados estavam muito melhor agora – amarelando em alguns lugares e
desaparecendo totalmente em outros – então hoje a noite eu tirei as ataduras enquanto ficava
pronta no banheiro. Estava preto, rendilhado, e embaraçoso para olhar. Tive o cuidado de não
olhar no espelho antes de voltar para o quarto. Eu não queria perder o meu nervo.
Eu tive a satisfação de ver seus olhos bem abertos por apenas um segundo antes de
controlar sua expressão.
- O que você acha? - Eu perguntei, girando para que ele pudesse ver todos os ângulos.
Ele limpou a garganta. - Você está linda. Você sempre está.
- Obrigada - Eu disse um pouco envergonhada.
Eu estava muito cansada para escalar rapidamente a cama macia. Ele colocou seus braços
ao meu redor e me puxou contra o seu peito, mas isso era rotina – era tão quente para dormir
sem o seu corpo frio por perto.
- Eu vou te fazer uma proposta - Eu disse sonolenta.
- Eu não vou fazer nenhum acordo com você - ele respondeu.
- Você nem ouviu o que eu estou oferecendo.
- Não importa.
Eu suspirei. - Ah. Eu realmente queria... bem.
Ele rolou os olhos.
Eu fechei os meus e deixei a isca sentar ali. Eu bocejei.
Isso só durou um minuto – não o tempo suficiente para eu me preocupar.
- Está certo. O que é que você quer?
Eu rangi os meus dentes por um segundo, lutando contra um sorriso. Se houvesse alguma
coisa que ele não pudesse resistir, era uma oportunidade de me dar algo.
- Bem, eu estava pensando... Eu sei que essa coisa toda de Dartmouth era suposto ser
apenas uma falsa história, mas honestamente, um semestre de faculdade não iria me matar - Eu
disse, ecoando suas antigas palavras, quando ele tentou me persuadir para não me transformar
uma vampira. - Charlie teria uma emoção fora das histórias de Dartmouth, eu aposto. Claro, pode
ser embaraçoso se eu não puder manter o contato todos os cérebros. Ainda... dezoito, dezenove.
Não é realmente uma grande diferença. Não é como se eu fosse chegar aos pés do corvo, no
próximo ano.
Ele ficou em silêncio por um longo momento. Então, com uma voz baixa, ele disse - Você
poderia esperar. Você poderia ficar humana.
Eu deti a minha língua, deixando a oferta se afundar.
- Por que você está fazendo isso comigo? - ele disse através dos seus dentes, seu tom de
repente com raiva. - Já não é suficientemente difícil sem tudo isso? - Ele agarrou um punhado de
cordões que estava franzido sobre minha coxa. Por um momento, pensei que ele ia rasgar a partir
da costura. Então suas mãos relaxaram. - Isso não importa. Eu não vou fazer nenhum acordo com
você.
- Eu quero ir à faculdade.
- Não, você não quer. E não há nada que vale a pena para arriscar sua vida de novo. Que
vale a pena para machucar você.
- Mas eu realmente quero ir. Bem, eu não quero o colégio tanto quanto o que eu quero – Eu
quero ser humana durante um tempo maior.
Ele fechou os seus olhos e exalou pelo nariz. - Você está me deixando louco, Bella. Nós já
não tivemos essa discussão um milhão de vezes, você sempre implorando para ser uma vampira
sem atraso?
- Sim, mas... bem, eu tenho uma razão para ser humana que eu não tinha antes.
- O que é?
- Adivinhe - Eu disse, e eu me arrastei pelos travesseiros para beijá-lo.
Ele me beijou de volta, mas não do jeito que me fez achar que estava ganhando. Era mais
como se ele estivesse tendo cuidado para não machucar meus sentimentos; ele estava
completamente, totalmente sobre controle. Gentilmente, ele me puxou para longe e me puxou
contra o seu peito.
- Você é tão humana, Bella. Controlada pelos seus sentimentos. - Ele riu.
- Esse é o ponto, Edward. Eu gosto dessa parte de ser humana. Eu não quero abrir mão
disso ainda. Eu não quero esperar anos sendo uma recém-nascida demente por sangue para que
alguma dessas partes volte para mim.
Eu bocejei, e ele sorriu.
- Você está cansada. Durma, amor. - Ele começou a zumbir a canção de ninar que ele
compôs para mim no nosso primeiro encontro.
- Eu me pergunto por que estou tão cansada - Eu murmurei sarcasticamente. - Não poderia
ser parte do seu esquema ou algo assim.
Ele só riu uma vez e voltou a zumbir.
- De tão cansada que eu tenho estado, você poderia pensar que eu estaria dormindo melhor.
O som quebrou. - Você tem dormido como a morte, Bella. Você não disse uma palavra nos
seus sonhos desde que chegamos aqui. Se não fosse o ronco, eu me preocuparia que você
estivesse escorregando em um coma.
Eu ignorei a parte do ronco; eu não roncava. - Eu não estive me remexendo? Isso é
estranho. Normalmente eu fico me mexendo toda sobre a cama quando estou tendo pesadelos. E
gritando.
- Você tem tido pesadelos?
- Vívidos. Eles me fazem tão cansada. - Eu bocejei. - Eu não acredito que eu não estive
falando sobre eles toda a noite.
- Sobre o que eles são?
- Coisas diferentes – mas os mesmos, você sabe, por causa das cores.
- Cores?
- É tudo tão brilhante e real. Geralmente, quando estou sonhando, eu sei que sou eu. Com
esses, eu não sei se estou adormecida. Isso faz eles serem apavorantes.
Ele soou perturbado quando falou de novo. - O que está assustando você?
Eu disse rapidamente. - Principalmente... - Eu hesitei.
- Principalmente? - Ele perguntou.
Eu não tinha certeza do porque, mas eu não queria falar a ele sobre a criança nos meus
pesadelos; tinha alguma coisa particular nesse horror. Então, em vez de lhe dar toda a descrição,
eu lhe dei só um elemento. Certamente suficiente para assustar a mim e a qualquer outra pessoa.
- Os Volturi - Eu sussurrei.
Ele me abraçou mais pra apertado. - Eles não vão mais nos perturbar. Você vai ser imortal
em breve, e eles não vão ter razão.
Eu deixei ele me confortar, sentindo um pouco de culpa por ele ter interpretado errado. Os
pesadelos não eram daquele jeito, exatamente. Não era disso que eu tinha medo – eu tinha medo
do garoto.
Ele não era o mesmo garoto do primeiro sonho – o garoto vampiro com os olhos de sangue
que estava sentado sobre as pessoas mortas que eu amava. Esse garoto com quem eu sonhei
pelas últimas quatro vezes na semana passada era definitivamente humano; suas bochechas eram
avermelhadas e seus amplos olhos eram um pouco verde. Mas como a outra criança, ele se mexeu
com medo e desespero enquanto os Volturi se fechavam entre nós.
Nesse sonho, que era tanto o velho quanto o novo, eu simplesmente tinha que proteger a
criança desconhecida. Não tinha outra opção. Mas no mesmo tempo, eu sabia que eu iria falhar.
Ele viu o desamparo no meu rosto. - O que eu posso fazer para ajudar?
Eu balancei a cabeça. - Eles são só sonhos, Edward.
- Você quer que eu cante para você? Eu canto a noite toda se isso for manter os pesadelos
longe.
- Eles não são tão maus. Alguns são legais. Tão... coloridos. Debaixo d’água, com os peixes
e os corais. Eles todos parecem como se realmente estivesse acontecendo – eu não sei se estou
sonhando. Talvez essa ilha é o problema. É muito claro aqui.
- Você quer ir pra casa?
- Não. Não, ainda não. Nós podemos ficar um pouco mais?
- Nós podemos ficar o quanto você quiser, Bella - ele me prometeu.
- Quando o semestre começa? Eu não prestando atenção antes.
Ele suspirou. Talvez ele começou a zumbir, mas eu já tinha apagado antes de ter certeza.
Depois, quando eu acordei na escuridão, foi como um choque. O sonho foi tão real... tão
vívido, tão sensorial...
Eu estremeci alto, agora, desorientada pelo quarto escuro. A um minuto atrás, parecia que
eu estava sobre um sol brilhante.
- Bella? - Edward sussurrou, seus braços ao meu redor, me balançando gentilmente. - Você
está bem, querida?
- Oh - eu estremeci de novo. Só um sonho. Não era real. Para minha grande surpresa,
lágrimas caíram dos meus olhos sem aviso, mantendo minha cabeça baixa.
- Bella! - ele disse – alto, alarmado agora. - O que foi? - Ele limpou as lágrimas das minhas
quentes bochechas com seus dedos frios e frenéticos, mas outras caíram.
- Era só um sonho. - Eu não pude conter a quebra da minha voz. As lágrimas eram
absurdamente perturbadoras, mas eu não pude obter o controle da dor agarrada em mim. Eu
queria tanto que o sonho fosse verdade.
- Tudo bem, amor, você está bem. Eu estou aqui. - Ele me movimentou para frente e para
trás, um pouco rápido para acalmar. - Você teve outro pesadelo? Não era real, não era real.
- Não era um pesadelo. - Eu balancei minha cabeça, esfregando as costas das minhas mãos
nos meus olhos. - Era um sonho bom. - Minha voz quebrou de novo.
- Então por que você esta chorando? - Ele perguntou, perplexo.
- Porque eu acordei - eu lamentei, envolvendo os meus braços nos seu pescoço, soluçando
na sua garganta.
Ele riu uma vez, mas o seu tom era tenso e preocupado.
- Tudo está bem, Bella. Respire fundo.
- Era tão real - eu chorei. - Eu queria que fosse real.
- Me conte sobre isso - ele insistiu. - Talvez isso te ajude.
- Nós estávamos numa praia... - Eu menti, indo um pouco para trás para ver sua ansiosa
expressão de anjo dentro da escuridão. Eu o encarei para tentar me acalmar.
- E? - Ele finalmente perguntou.
Eu pisquei para que as lágrimas dos meus olhos caíssem. - Oh Edward...
- Me conte, Bella - ele invocou, seus olhos selvagens preocupados com a dor na minha voz.
Mas eu não podia. Em vez disso, eu apertei os meus braços em volta do seu pescoço de
novo e apertei a minha boca na sua ferventemente. Não era o meu maior desejo – era preciso
para minha dor aguda. Sua resposta foi imediata mas rapidamente seguida pela sua repulsa.
Ele se debateu contra mim o mais gentil possível com a sua surpresa, me distanciando dele,
segurando os meus ombros.
- Não, Bella - Ele insistiu, olhando para mim horrorizado, como se eu tivesse perdido minha
cabeça.
Meus braços caíram, derrotados, e as bizarras lágrimas caíram numa forte corrente sobre o
meu rosto, um novo soluço subindo na minha garganta. Ele estava certo – eu devia estar louca.
Ele me olhou confuso, com olhos agonizados.
- Me descu-u-ulpe - Eu gaguejei.
Então ele me puxou para perto dele, me abraçando fortemente contra o seu peito de
mármore.
- Eu não posso, Bella, não posso! - Seu gemido era agonizado.
- Por favor - Eu disse, meu argumento abafando contra sua pele. - Por favor, Edward?
Eu não pude dizer se ele se moveu pela lágrimas tremendo na minha voz, ou se ele não
estava preparado para lidar com os meus inesperados ataques, ou se sua necessidade era
simplesmente insuportável como as minhas. Mas não importa a razão, ele puxou os meus lábios
de volta aos seus, se rendendo com um gemido. E nós começamos quando o meu sonho já tinha
ido embora.
Eu fiquei em silêncio quando acordei de manhã e tentei manter a minha respiração calma.
Eu estava com medo de abrir os olhos.
Eu estava deitada sobre o peito de Edward, mas ele estava bem quieto e os seus braços não
estavam ao meu redor. Isso era um mau sinal. Eu estava com medo de admitir que estava
acordada e ter que olhar a sua raiva – não importava pra quem ela estava dirigida.
Cuidadosamente, eu abri os meus olhos. Seus olhos estavam fixados para cima, seus braços
atrás da sua cabeça. Eu me curvei em cima do meu cotovelo até que eu pude ver o seu rosto
melhor. Ele estava liso, sem expressões.
- Em quantos problemas eu estou? - Eu perguntei numa voz baixa.
- Em muitos - ele disse, mas ele virou sua cabeça e sorriu para mim.
Eu suspirei. - Me desculpe - Eu disse. - Quero dizer... Bem, eu não sei exatamente o que foi
a noite passada. - Eu balancei a cabeça para a memória das lágrimas irracionais, da estranha
mágoa.
- Você nunca me disse sobre o que era o seu sonho.
- Eu acho que não – mas eu suponho que tenha te mostrado sobre o que era.
Eu ri nervosamente.
- Oh - Ele disse. Seus olhos se arregalaram, e então ele piscou. - Interessante.
- Era um sonho muito bom - Eu murmurei. Ele não comentou, então alguns segundos depois
eu perguntei - Estou perdoada?
- Estou pensando sobre isso.
Eu sentei, planejando examinar a mim mesma - não parecia ter penas, pelo menos. Mas
enquanto eu me movia, uma estranha onda de vertigem me acertou. Eu balancei e caí de novo
contra os travesseiros.
- Whoa... tontura.
Seus braços estavam ao meu redor então. - Você dormiu por um bom tempo. Doze horas.
- Doze? - Que estranho.
Eu tentei me dar um exame rápido enquanto falava, tentando ser imperceptível em relação à
isso. Eu parecia bem. Os hematomas no meu braço ainda eram de uma semana atrás,
amarelando. Eu me estiquei, experimentalmente. Eu me sentia bem, também. Mais que bem,
aliás.
- O inventário está completo?
Eu concordei timidamente. - Os travesseiros parecem ter sobrevivido.
- Infelizmente, eu não posso dizer o mesmo da sua, er, camisola. - Ele acenou com a cabeça
em direção ao pé da cama, onde vários pedaços de fita preta estavam jogados nos lençóis de
seda.
- Isso é muito ruim - eu disse. - Eu gostava daquela.
- Eu também.
- Houve mais algum acaso? - Eu perguntei timidamente.
- Eu terei que comprar Esme uma nova cabeceira - ele confessou, olhando acima de seus
ombros. Eu segui seu olhar e fiquei chocada em ver que pedaços de madeira pareciam ter sido
arrancados do lado esquerdo da cabeceira.
- Hmm. - Carranquei. - Você pensou que eu ouviria isso.
- Você é extraordinariamente não observadora quando está atenta a outra coisa.
- Eu estava um pouco envolvida. - Eu admiti, corando em um profundo vermelho.
Ele tocou minha bochecha queimando e suspirou. - Eu realmente vou sentir falta disso.
Eu encarei seu rosto, procurando qualquer sinal de raiva ou remorso que eu temia. Ele me
olhou de volta, sua expressão calma mas ilegível.
- Como você está se sentindo?
Ele riu.
- O que? - Exigi.
- Você parece tão culpada - como se tivesse cometido um crime.
- Eu me sinto culpada. - Murmurei.
- Então você seduziu seu demais-disposto marido. Isso não é uma ofensa capital.
Ele parecia estar brincando.
Minhas bochechas ficaram mais quentes. - A palavra seduziu contém um certo monte de
planos.
- Talvez seja a palavra errada. - Ele permitiu.
- Você não está bravo?
Ele sorriu tristemente. - Não estou bravo.
- Por que não?
- Bem... - Pausou. - Eu não te machuquei, primeiramente. Foi mais fácil essa vez, me
controlar, a canalizar o excesso. - Seus olhos se mudaram para um jeito danificado. - Talvez
porque eu tive uma idéia melhor do que esperar.
Um sorriso esperançoso começou a crescer pelo meu rosto. - Eu disse pra você que era tudo
prática.
Ele virou os olhos.
Meu estômago roncou, e ele deu risada. - Hora do café da manhã dos humanos?
Ele perguntou.
- Por favor - Eu disse, pulando pra fora da cama. Eu me movi rápido demais, eu cambaleei
feito bêbada pra obter meu equilíbrio de novo. Ele me pegou antes que eu pude tropeçar na
penteadeira.
- Você está bem?
- Se eu não tiver um senso de equilíbrio melhor na minha próxima vida, eu vou exigir
devolução!
Eu mesma cozinhei essa manhã, fritando uns ovos - muito faminta pra fazer algo mais
elaborado. Impaciente, eu os virei num prato depois de uns poucos minutos.
- Desde quando você come ovo estrelado? - ele perguntou.
- Desde agora.
- Você sabe quantos ovos você comeu durante essa última semana? - Ele puxou a cesta de
lixo de baixo da pia - estava cheia de caixas azuis vazias.
- Estranho - eu disse depois de engolir uma picante mordida. - Esse lugar está mexendo com
meu apetite. - E meus sonhos, e o meu já duvidoso balanço. - Mas eu gosto daqui. Apesar disso
nós teremos que partir logo, não é, para chegar em Dartmouth a tempo? Wow, eu acho que nós
precisamos arranjar um lugar para viver e tal, também.
Ele sentou perto de mim. - Você pode desistir desse faz de conta de faculdade agora - você
conseguiu o que queria. E nós não concordamos com nenhum negócio, então não há cordas
presas.
Eu bufei - Não era um faz de conta, Edward. Eu não passo meu tempo livre planejando com
algumas pessoas. O que nós podemos fazer parar tirar Bella de casa hoje? - Eu disse numa
impressão pobre de sua voz. Ele riu, sem vergonha. - Eu realmente quero um pouco mais de
tempo como humana - eu me inclinei para correr minha mão em seu peito nu. - Eu ainda não tive
o suficiente.
Ele me deu uma olhada duvidosa. - Por isso? - ele perguntou, pegando minha mão e a
movendo para seu estômago. - Sexo era a chave para tudo isso desde o início? - Ele revirou os
olhos. - Porque eu não pensei nisso? - ele susurrou sarcástico. - Eu poderia ter salvado muitos
argumentos.
Eu ri. - Yeah, provavelmente.
- Você é tão humana - ele disse novamente.
- Eu sei.
Um início de sorriso apareceu em seus lábios. - Nós iremos para Dartmouth? Mesmo?
- Eu provavelmente irei reprovar em um semestre.
- Eu irei ser seu tutor. - O sorriso estava largo agora. - Você irá amar a faculdade.
- Você acha que nós conseguiremos achar um apartamento assim, tão tarde?
Ele fez uma careta, parecendo culpado. - Bem, nós meio que já temos uma casa lá. Você
sabe, só por precaução.
- Você comprou uma casa?
- Bens mobiliários são um bom investimento.
Eu levantei uma sobrancelha e deixei isso pra lá. - Então nós estamos prontos.
- Eu terei que ver se nós vamos conseguir manter seu carro "antes" por um pouco mais de
tempo...
- Sim, Deus o livre eu não estar protegida por tanques.
Ele riu.
- Quanto tempo nós podemos ficar? - eu perguntei.
- Nós estamos bem quanto ao tempo. Algumas semanas a mais, se você quiser. E então nós
podemos visitar Charlie antes de ir para New Hampshire. Nós podemos passar o natal com
Renée...
Suas palavras pintavam um futuro feliz imediato, um sem dores para todos envolvidos.
Jacob, tudo menos esquecido, agitada, eu corrigi o pensamento - para quase todo mundo.
Isso não estava ficando muito fácil. Agora que eu havia descoberto exatamente como era
bom ser humana, era tentador deixar os planos falirem. Dezoito, dezenove, dezenove ou vinte...
Realmente importava? Eu não iria mudar muito em um ano. E ser humana com Edward... A
escolha ficava trapaceira a cada dia.
- Algumas semanas - eu concordei. E então, porque parecia que nunca haveria tempo o
suficiente, eu adicionei, - Então eu estava pensando - você sabe o que eu estava dizendo sobre
praticar antes?
Ele riu. - Você pode esperar um pouco com esse pensamento? Eu escutei um barco. A
equipe de limpeza deve estar aqui.
Ele queria que eu esperasse com aquele pensamento. Então ele quis dizer que ele não iria
me dar mais trabalho sobre praticar? Eu sorri.
- Me deixe explicar essa bagunça no quarto branco para Gustavo, e então nós podemos sair.
Há um lugar lá na floresta no sul –
- Eu não quero sair. Eu estou afim de escalar por toda ilha hoje. Eu quero ficar e ver um
filme.
Ele torceu seus lábios, tentando não rir do meu tom. - Tudo bem, o que você desejar. Por
que você não vai escolhendo lá fora enquanto eu vou abrir a porta?
- Eu não ouvi baterem na porta.
Ele jogou sua cabeça de lado, ouvindo. Um segundo depois, uma batida fraca e tímida soou
na porta. Ele sorriu, e se virou para o corredor.
Eu perambulei até as prateleiras sob a grande TV e comecei a ver os títulos. Era difícil decidir
por onde começar. Eles tinham mais DVDs que uma locadora.
Eu podia ouvir a voz baixa e veluda de Edward do hall, conversando fluentemente no que
parecia ser um português perfeito. Outra voz humana e penosa voz respondeu na mesma língua.
Edward os levou para a sala, apontando em direção a cozinha. Os dois brasileiros pareciam
incrivelmente pequenos e morenos ao lado dele. Um deles era um homem redondo, e a outra uma
pequena mulher, ambos rostos com dobras retas. Edward fez um gesto para mim com um
orgulhoso sorriso, quando eu ouvi o meu nome misturado em um turbilhão de palavras
desconhecidas. Eu fiquei um pouco envergonhada quando pensei na total bagunça na sala branca,
que eles logo acabaram encontrando. O pequeno homem sorriu pra mim educadamente.
Mas a tímida mulher não sorriu. Ela me encarou com uma mistura de choque, preocupação,
e acima de tudo, medo. Antes que eu pudesse reagir, Edward mencionou para eles o seguirem em
direção galinheiro, e eles se foram.
Quando ele reapareceu, ele estava sozinho. Ele andou silenciosamente até o meu lado e
passou os seus braços ao meu redor.
- O que ela tem? - Eu sussurrei urgente, lembrando da sua expressão de pânico.
Ele deu de ombros, despreocupado. - Kaure é parte dos índios Ticuna. Ela foi criada para ser
mais supersticiosa- ou você pode chamar de mais atenta- que os outros que vivem no mundo
moderno. Ela suspeita do que eu sou, ou perto disso. - Ele ainda não parecia preocupado. - Eles
têm suas próprias lendas por aqui. O libishomen- um demônio bebedor de sangue que saqueia
exclusivamente em lindas mulheres - ele olhou atravessado para mim.
Apenas mulheres bonitas? Bem, isso era meio que lijongeiro.
- Ela parecia aterrorizada - eu disse.
- Ela está - mas mais que isso, ela está preocupada com você.
- Comigo?
- Ela tem medo do porquê você está aqui, totalmente sozinha. - Ele riu escuramente e então
olhou para a parede de filmes. - Oh bem, porque você não escolhe algo para nós vermos? Essa é
uma coisa aceitável de humanos fazerem.
- Sim, eu tenho certeza que um filme irá a convencer de que você é humano. - Eu ri e prendi
meus braços seguramente ao redor de seu pescoço, me espichando apenas na ponta dos pés. Ele
se abaixo para que eu pudesse beijá-lo, e então seus braços se apertaram em torno de mim, me
levantando do chão para que ele não precisasse se curvar.
- Filme, shcfilme - Eu murmurei enquanto seus lábios se moviam para minha garganta,
torcendo meus dedos em seu cabelo de bronze.
Então eu escutei uma arfada, e ele me colocou no chão brutamente. Kaure estava parada
congelada no corredor, penas em seu cabelo negro, um largo saco de mais penas em seus braços,
uma expressão de horror em seu rosto. Ela me encarou, seus olhos saltando para fora, enquanto
eu corava e olhava para baixo. Então ela se recompôs e murmurou algo que, até mesmo para uma
lingua desconhecida, era claramente um pedido de desculpas. Edward sorriu e respondeu em um
tom amigável. Ela voltou seus olhos negros para longe e continuou pelo corredor.
- Ela estava pensando o que eu acho que ela estava pensando, não é? - Eu resmunguei.
Ele riu da minha frase enrolada. - Sim.
- Aqui - eu disse, estendendo a mão aleatoriamente, e pegando um filme. - Coloque isso
para que nós possamos fingir estar assistindo.
Era um velho musical com rostos sorridentes e vestidos cobertos de penugem na frente.
- Nós vamos voltar para o quarto branco, agora? - Eu perguntei vagarosamente.
- Eu não sei... eu já deformei a cabeceira da cama no outro quarto além do reparo - talvez
se nós limitássemos a destruição em uma área da casa, Esme nos convide para voltar algum dia.
Eu dei um largo sorriso. - Então irá ter mais destruição?
Ele riu de minha expressão. - Eu acho que talvez seja mais seguro se for premeditado, ao
em vez de esperar que você me ataque novamente.
- Seria apenas uma questão de tempo - eu concordei casualmente, mas minha pulsação
estava correndo em minhas veias.
- Há algum problema com seu coração?
- Não, saudável como um cavalo. - Eu pausei. - Você quer inspecionar a zona de destruição
agora?
- Talvez seja mais educado esperar até que estejamos sozinhos.Você pode não notar quando
eu estou detonando a mobília, mas isso provavelmente assustaria eles.
De fato, eu havia esquecido das pessoas no outro cômodo. - Certo. Diabos.
Gustavo e Kaure se moveram silenciosamente pela casa enquanto eu esperava
impacientemente que eles terminassem, tentando prestar atenção no Felizes para Sempre na tela.
Eu estava começando a sentir sono - embora, de acordo com Edward, eu já tivesse dormido
metade do dia - quando uma voz áspera me assustou. Edward sentou-se, me mantendo como
num berço contra ele e respondeu Gustavo num português fluente. Gustavo acenou com a cabeça
e andou em silêncio até a porta da frente.
- Eles terminaram. - Edward me contou.
- Então isso significaria que estamos sozinhos agora?
- Que tal almoçar primeiro? - ele sugeriu.
Eu mordi meu lábio, rasgada por um dilema. Eu estava faminta.
Com um sorriso ele pegou minha mão e me conduziu até a cozinha. Ele conhecia meu rosto
tão bem, não importava que ele não pudesse ler minha mente.
- Isso está ficando fora de controle - Eu reclamei quando eu finalmente me senti cheia.
- Você quer nadar com os golfinhos esta tarde - queimar algumas calorias? - ele perguntou.
- Talvez depois. Eu tenho outroa idéia para queimar calorias.
- E o que seria?
- Bem, há muitas cabeceiras horríveis deixadas-
Mas eu não terminei. Ele já havia me arrastado para seus braços, e seus lábios calaram os
meus enquanto ele me carregava com uma inumana velocidade para o quarto azul


(HELOISA SANTOS)